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Vereadores ouvem reclamação de usuária da UBS |
Preocupados com as reclamações recebidas de moradores sobre falta de materiais nas UBS´s (Unidades Básicas de Saúde) do município, os vereadores Anízio Tavares da Silva (DEM), Ademir da Silva (PT) e Carlos Fontes (PSD), estiveram hoje (20) visitando os 11 postos médicos da cidade, conversando com funcionários e usuários da rede municipal.
Nas visitas, os parlamentares constataram que há falta de materiais básicos de trabalho, que prejudicam o atendimento dos pacientes. Em outras unidades, foram verificados problemas de estrutura como infiltração, vidros quebrados e paredes com mofo. De todas as unidades visitadas, apenas no posto médico Dr. Felício Fernandes Nogueira, do bairro Mollon, não foi relatado nenhum problema.
No posto médico Amália Salvador Dal Bello, localizado no Jardim São Fernando, os vereadores foram informados da falta de papel sulfite, lençol descartável, tonner para impressora, agulhas para aplicação de insulina e descarpack usado para descarte de material de enfermagem. Nesse local, os parlamentares encontraram com a dona de casa Maria Doraci Isler Barbosa de Oliveira, moradora no Jardim São Fernando, que estava reclamando da demora para atendimento de sua mãe, Orlanda, que é vítima de AVC (Acidente Vascular Cerebral), quebrou o fêmur e está acamada. “Marcaram consultas com clínico e neurologista para os dias 21 e 23 de novembro e ela não está em condições de esperar todo esse tempo”, reclamou, enquanto aguardava ser atendida por uma assistente social da unidade.
No posto médico Dr. Simão Gandelman, do Jardim Europa, há falta de lençol descartável para macas, canetas, cartão de agendamento de consulta, toalha de papel para gabinete odontológico, copos descartáveis e materiais de limpeza como desinfetante, detergente, cândida e luva. “A prefeitura quer que a gente trabalhe mas não manda material adequado para a limpeza, o que é essencial num posto de saúde”, criticou uma servidora, que informou por falta de funcionários ela tem de cuidar de dois ou três postos médicos e cobrou a realização de concurso público para a contratação de auxiliar de serviços gerais.
No posto médico Dr. Hélio Furlan, no bairro Cidade Nova, os vereadores constataram falta de lençol descartável, descarpack para descarte de material usado, canetas, seringas, cartão de marcação de consultas. Para substituir o lençol descartável das macas, a Secretaria de Saúde comprou bobinas de papel costura (manilha) que é usado para embrulhar medicamentos e outros produtos, considerado inadequado para esse fim. Na parte estrutural, a torneira do banheiro masculino está quebrada, há infiltração na sala de vacinas e o prédio carece de reforma e ampliação.
Na UBS Dr. José Wenceslau Júnior, no Jardim Esmeralda, também não tem lençol descartável, papel sulfite, canetas e outros impressos. Já no posto médico Dr. Carlos Peres, no bairro 31 de Março, não havia lençol descartável e as funcionárias reclamaram da falta de mais espaço na unidade. “Se tiver dois médicos atendendo os pacientes têm que ficar do lado de fora da sala de espera”, afirmou uma servidora.
Na UBS Dr. Joel Lincoln May Keese, no Jardim Vista Alegre, não há falta de material de trabalho, mas as funcionárias reclamaram das condições do prédio, que está com vidros das janelas e ventiladores quebrados e infiltração no banheiro e no depósito de materiais. Elas também pedem a contratação de mais uma recepcionista para o local. No posto médico Dr. José Togeiro de Andrade, no Jardim Santa Rita de Cássia, não há seringas para adultos, canetas, lápis, papel sulfite, abaixador de língua, lençol descartável e lençol de tecidos (os existentes estão surrados e rasgados). Na UBS Dr. Célio Faria, no Conjunto Roberto Romano, os vereadores foram informados da falta de sulfite, canetas, cartão de agendamento de paciente, lençol de papel, copos descartáveis e lençol de tecido.
Em visita ao posto médico Dr. Rubens Brito, no Jardim Vila Rica, os parlamentares constaram a falta de lençol descartável, lençol de tecido, caneta, ataduras de quatro e seis centímetros, pinças para curativos, especulo para exame papanicolau, saco de lixo hospitalar, papel higiênico, avental para consultório odontológico, anestésico com vaso construção. E, por fim, na UBS Dr. Carlos Pereira Fonseca, do Cruzeiro do Sul, há falta dos medicamentos nimesulida, aminofilina e salbutamol spray. Na maioria das unidades, a consulta com clínico geral demora entre 20 e 30 dias, em média.
E-MAIL
Os parlamentares também tiveram acesso ao e-mail enviado às UBS´s pelo setor de Almoxarifado da Secretaria de Saúde comunicando-as dos materiais de enfermagem e dos itens de limpeza que estão em falta, o que também deixou os vereadores apreensivos.
Na listagem consta falta de esparadrapo, micropore, agulhas variadas, dispositivo para infusão intravenosa (scalp), luvas estéril, luvas de procedimento, cateter intravenoso, coletor perfuro-cortante (descarpack), cotonete, equipo macro e micro gotas, lençol descartável, máscara de proteção, seringas descartáveis, sondas, abaixador de língua, máscara cirúrgica tripla com elástico, almotolia transparente, lâminas de bisturi, ataduras em crepe, bolsa coletora, eletrodo para ECG, espátula de ayre, papel para ECG, soro fisiológico, copo para café usado para dar medicação nos pronto-socorros, sabonete líquido, balde, flanela, sabão em barra, luva de limpeza, rodo e vassoura.
“Fizemos um requerimento sobre a falta de material no posto do bairro Cidade Nova e por meio da imprensa a prefeitura respondeu que não estava faltando, mas em visita constatamos que está faltando sim. A informação que foi passada pela Secretaria de Saúde não procede e a população está reclamando com razão”, afirmou o vereador Ademir da Silva, que informou que vai elaborar um relatório das visitas e providenciar requerimento buscando solucionar o problema.
Para Anízio Tavares, as visitas serviram para confirmar a falta de materiais básicos nos postos médicos. “Estamos preocupados porque são materiais essenciais para o atendimento da população que procura a rede municipal de saúde. Vamos levar o problema ao conhecimento da administração para que seja solucionado o mais rápido possível”, frisou.
Já Carlos Fontes considerou as visitas muito importantes para detectar a falta dos materiais nos postos médicos. “Fizemos um requerimento cobrando providências da Secretaria de Saúde para o problema da UBS do Jardim Santa Rita e hoje a informação que recebemos é de que nada foi resolvido ainda e nossa preocupação aumenta ao por causa desse e-mail encaminhado para as unidades de saúde comunicando-as sobre a falta de material. Vamos cobrar providências da Secretaria de Saúde”, destacou.